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Um novo mercado no setor de mineração em Mato Grosso tem despertado interesse no setor de lapidação e joalheria: o de pedras coradas. É interessante ressaltar que são classificadas como pedras coradas todas as preciosas ou semipreciosas, com exceção do diamante.
O setor vem se preparando não só para a exportação como para o próprio mercado interno. A tendência do mercado internacional tem se voltado tanto para as pedras em estado bruto como as lapidadas e trabalhadas em joias ou bijuterias finas, com valor agregado.
Embora possa ser considerada uma nova atividade econômica, alternativa para geração de emprego e renda, as pedras coradas vinham sendo tratadas como rejeito de garimpo e pouco aproveitadas.
Mato Grosso tem um enorme potencial geológico para exploração de pedras preciosas e coradas. Por isso, o governador Silval Barbosa, por meio da Companhia Mato-grossense de Mineração (Metamat), em parceria com as Secretarias de Indústria e Comércio, Minas e Energia, a de Trabalho e Assistência Social e a de Ciência e Tecnologia, tem investido em ações que ajudem as cooperativas mineradoras e os pequenos empreendedores que querem se dedicar ao ramo da lapidação de pedras. É uma ação social que além de geração de renda, apoiará na agregação de valores às pedras que podem ser comercializadas já com o processo de lapidação.
Desde 2010, foram oferecidos três cursos gratuitos, no Núcleo de Lapidação da Metamat, qualificando um total de 73 lapidários, os quais obtiveram conhecimentos práticos de todas as etapas da lapidação: desde a fase de serrar a pedra, dar o formato, calibrar, encanetar, facetar, polir até a classificação de minerais e fragmentos de rochas, para atender o setor de bijuterias. Vale lembrar que, em 2004, a Metamat já havia realizado o curso de artesanato mineral, capacitando 28 pessoas, além de elaborar o primeiro Catálogo de Pedras Coradas em Mato Grosso.
A preparação da mão-de-obra qualificada para o setor produtivo mato-grossense de pedras coradas não parou nos artesãos e lapidários. Em janeiro deste ano (2012), foi realizado o primeiro curso de Gemologia, direcionado a geólogo, engenheiro geólogo e de minas, ou a quem possuísse a carteira do Crea-MT, para credenciamento dos primeiros profissionais especializados em análise, identificação e classificação dos tipos de gema e de materiais gemológicos.
A capacitação de gemólogos mato-grossenses foi de extrema importância para fortalecimento do setor, facilitando a dinâmica da comercialização. O mercado comprador exige laudos técnicos das pedras para sua valoração e origem. Para isso, era preciso enviar as pedras para os laboratórios das associações de gemólogos nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais ou Bahia. O processo demorava cerca de 30 dias para a emissão do laudo, o que resultava, muitas vezes, na desistência do comprador e na perda da venda. Após o curso e credenciamento, Mato Grosso dispõe de 27 gemólogos que podem emitir os laudos técnicos para a comercialização e exportação das pedras coradas.
Fonte: Diário de Cuiabá